quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Mundo a Sorrir



Só 50 por cento vão ao dentista, diz estudo da SPEMD

Problemas dentários afectam 99 por cento das crianças portuguesas

Cerca de 99 por cento das crianças portuguesas têm problemas dentários, na sua maioria cáries ou falta de dentes, e apenas metade vão ao dentista, revela um estudo divulgado hoje pela Sociedade Portuguesa de Estomatologia e Medicina Dentária (SPEMD). O estudo, apresentado em Lisboa em preparação para a 8ª edição do Mês da Saúde Oral, que decorrerá em Outubro, resulta dos mais de 13.000 rastreios dentários efectuados durante a última edição do Mês da Saúde Oral, em 2006, pelos cerca de 000 consultórios de medicina dentária que participaram na iniciativa. Os dados apurados ano após ano têm permitido elaborar um "mapa de Saúde Oral dos portugueses mais rigoroso e mostram que só 50 por cento das crianças com problemas de saúde oral vão ao médico e que apenas cerca de um por cento dos adultos têm dentição sã", declarou José Pedro Figueiredo, presidente da SPEMD, em entrevista à Lusa.Perante este cenário, que o presidente da SPEMD considera "gritante", a solução poderá passar pelo "estabelecimento de parcerias justas, de parcerias credíveis entre o Estado e os consultórios privados de modo a proporcionar a faixas da população mais debilitadas, do ponto de vista económico, o acesso aos consultórios privados"."Entendemos, e já dizemos isso há alguns anos, que há uma possibilidade real de proporcionar às populações o acesso aos consultórios privados porque entendemos que existe uma capacidade instalada da medicina dentária privada e da estomatologia privada que não é despicienda e que não deve ser desprezada, pelo contrário", disse José Pedro Figueiredo. "Achamos que montar no Serviço Nacional de Saúde (SNS) uma estrutura tão volumosa como aquela que já existe na actividade privada talvez não se justifique muito, mas tenho de declarar que, apesar da SPEMD ser uma sociedade científica que não tem, portanto, nenhum tipo de responsabilidade nem dever na determinação da política de saúde oral das populações e do país, somos simultaneamente pessoas preocupadas e profissionais de saúde preocupados com o estado de saúde da população", reiterou."Por agora, aquilo que nos importa sublinhar é que entendemos que há valores muito elevados de prevalência de doenças dentárias e de doenças gengivais na nossa população", disse. De acordo com o estudo, apesar de 99 por cento das crianças entre os oito e os 16 anos terem problemas dentários, somente 50 por cento das que revelaram sintomas de infecções, dores ou sensibilidade foram ao médico para consulta e tratamento. Por zonas de residência, as crianças de áreas rurais registaram maior prevalência de cáries (56 por cento), seguidas das que vivem em áreas suburbanas (53 por cento). Apenas um por cento dos adultos portugueses tem dentes sãos. Quanto aos adultos, o estudo revela que apenas um por cento apresentou dentição completamente sã, sendo os principais problemas os dentes cariados e a falta de dentes, com os habitantes das zonas rurais a serem os que mais ausências de dentes registam, indicou o presidente da SPEMD. No entanto, apenas 42 por cento dos adultos com sintomas de dores, sensibilidade ou infecções procuraram tratamento médico, indica o estudo.José Pedro Figueiredo salientou o facto de todos os estudos que passam por Portugal serem coincidentes com os valores apurados pela SPEMD."É hoje absolutamente consensual que o nível de doenças dentárias - cárie -, e o nível de doenças gengivais - gengivite e periondontite - dos portugueses é muito alto. Os valores são suficientemente gritantes e o problema é suficientemente sonante", sublinhou.O Mês da Saúde Oral, uma pareceria entre a SPEMD e a Colgate, é uma iniciativa de responsabilidade social lançada em 2000, juntando a empresa líder mundial em produtos de higiene oral e uma associação científica, com o objectivo de educar e motivar. (notícia do Público a 20 de Setembro de 2007)

No Agrupamento Vertical de Escolas Básicas e Secundária do Cerco, a organização não governamental Mundo a Sorrir está a tentar contrariar esta realidade. (ver mais aqui)

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